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  • Foto do escritorThiago Giglio | Playfirst

Uso do Tempo

Atualizado: 23 de ago. de 2021

Todo mundo sabe que ter tempo livre nos dias de hoje é cada vez mais um luxo. Já dizia o antigo ditado, “tempo é dinheiro”. E por anos, esta percepção de valor influenciou o dia a dia de pessoas, famílias e principalmente empresas. Afinal, quem nunca disse “me falta tempo” para realizar isto ou aquilo?


Interessante pensar que este código temporal responde diretamente às metas das empresas, as quais disputam o tempo de seu público, mensurando-o com awareness e engajamento em períodos determinados de investimento. Parece louco (e realmente é), mas seguimos esse bumbo desde que o ser humano é ser humano. Explicamos rudemente:


Nos primórdios, quando era sol, seria nossa hora de caça, de resultado para garantir a sobrevivência. Ou seja, algumas horas do dia garantiriam nossa necessidade de poder comer e viver. Séculos depois, quando era hora de trabalhar e garantir um salário, construímos a consciência do valor versus tempo. De modo que o valor gerado no tempo trabalhado deveria pagar nossas necessidades e prazeres. E desde que a tecnologia invadiu nossas vidas, criamos a percepção de que quase tudo pode acontecer ao mesmo tempo, sendo que esta nova velocidade de acontecimentos nos colocou uma grande responsabilidade nas mãos: como gerimos nosso tempo?

São poucas as pessoas que conseguem assumir uma rotina bem equilibrada. E quem o faz, é praticamente um super-herói. Vale até notícia em revista para contar como os grandes empreendedores lidam com seu tempo.


No Butão, país onde as pesquisas e conceito de Felicidade Interna Bruta nasceu, o uso do tempo é avaliado desde as horas em que um cidadão butanês dorme até a quantidade de horas em que passa trabalhando, livre para atividades pessoais, orando, vendo filmes ou TV e até cozinhando o alimento para si ou para a família. Abaixo um exemplo da tabela que compara o tempo gasto nestas atividades , nos anos de 2010 e 2015*.

Talvez você se pergunte se faz sentido estas comparações. A resposta é sim, já que muitos dos hábitos relacionados ao uso do tempo ajudam a entender o comportamento que uma população ou grupo está assumindo, e o quanto tais hábitos podem influenciar na saúde pública, ou mesmo na economia. Sem falar no bem-estar psicológico coletivo o qual é influenciado diretamente pela balança de atividades que assumimos.


Obviamente, a forte presença do universo digital também entram neste escopo de tempo. E quando associamos o uso digital com níveis de ansiedade, abrimos ainda mais o leque de análises que o domínio de Uso do Tempo pode oferecer.


Podemos facilmente iniciar um olhar sobre condições de felicidade ao olhar quanto tempo um cidadão passa no trânsito. No Brasil, a média diária nas grandes cidades é de 2 horas e 20 minutos para a locomoção casa-trabalho-casa*. Tal média, se comparada a cidades menores, claramente é reduzida, o que leva também a números talvez melhores quando o tempo que sobra é utilizado para família, estudos, atividades saudáveis.


O tempo gasto com certas atividades acabam por sendo produtivas ou não, economicamente falando. Este é um dos motivos que o domínio do Uso do Tempo acaba sendo tão valioso para campanhas e trabalhos de saúde, produtividade e redução de stress dentro de empresas.


A grande verdade é que preservar o equilíbrio do tempo vai além de organização e superpoderes, é quase uma questão de fazer escolhas que garantam que o tempo em família, trabalho, educação, saúde e prazer não desequilibrem a balança. E aí entra o planejamento estratégico que ajuda a equilibrar os momentos que cada público necessita para manter condições de felicidade positivas.


O uso do tempo, um dos domínios do FIB (Felicidade Interna bruta) acaba por conduzir muitas vezes as decisões que irão reger a comunicação de uma atividade ou campanha focada em qualidade de vida.


Não se constrói qualidade sem mensurar o tempo correto que precisamos nos dedicar a uma ou mais atividades. E vai além de traduzir um padrão positivo para uma maioria de pessoas, pois depende da situação sócio-demográfica, emocional e ambiente a que um projeto se destina.


Basta pensar que uma pessoa em situações delicadas de saúde precisa organizar seu tempo de maneira diferente do que uma pessoa plenamente saudável. Mesmo estando no mesmo país, idade, classe social, bairro e empresa.


Felizmente, já partimos de uma era onde apenas resultados importam.

Não fomos educados a lidar com o nosso tempo de maneira equilibrada. Mas sempre é hora de paramos e desenharmos réguas relacionas que contemplem um resultado positivo de médio e longo prazo, através do uso do tempo.


* Referências:

Final GNH Report 2015

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